Sufraguemos as Almas do Purgatório
Acerca da excelência da devoção às Almas, nada melhor se pode dizer, do que as palavras com que o piedoso Doutor Santo Afonso de Ligório principiou a pequena obra, que escreveu sobre este assunto. Diz ele:
“A devoção às benditas Almas, que consiste em encomendá-las a Deus para que lhes dê algum alívio no meio das grandes penas que sofrem, e as chame o mais depressa possível para a sua glória, é muito agradável a Deus e proveitosa para nós. Porque por um lado essas benditas Almas são esposas queridas de Jesus Cristo, e por outra parte são elas sumamente gratas para com aquele que lhes alcança a liberdade de sua prisão, ou ao menos lhe procura algum alívio em seus tormentos; e tanto que cheguem ao Céu, jamais se olvidarão de quem por elas rogou. Além disto, crê-se piamente que Deus lhes dá a conhecer a quem roga por elas, a fim de que também elas peçam por nós. É certo que essas Almas benditas não se acham em estado de pedir em seu próprio favor, por se encontrarem no Purgatório satisfazendo por suas culpas; não obstante, como são tão amadas por Deus, podem perfeitamente pedir por nós e alcançar-nos abundantes graças."
Meios de aliviar e de libertar as Almas do purgatório, satisfazendo a Deus por elas.
A oração
O primeiro destes meios é a oração, e essa está ao alcance de todos; tanto pobres como ricos, fracos ou fortes, meninos ou velhos; ninguém pode alegar motivos racionais para se dispensar dela.
A menos repeti muitas vezes essa curtas invocações:
“Doce Jesus, sede-lhes propício!”;
“Senhor, dai-lhes o repouso eterno!”;
“Meu Deus, que eles repousem em paz!”
Esmola
A esmola é uma das virtudes que nos são mais vezes e mais poderosamente recomendadas no Evangelho. Ela possui até, segundo São Tomás, um poder de satisfação maior do que a oração; ou antes, duplica a força das nossas orações, e cujo sucesso nos assegura.
A Santa Comunhão
Quando temos a felicidade de comungar, ficamos unidos a Jesus Cristo duma maneira tão íntima, que cada um de nós pode exclamar com o grande apóstolo:
“Não, não sou eu que vivo, é Cristo quem vive em mim”.
Comungai, pois, Alma cristã, comungai muitas vezes por estas Almas tão amadas, que não têm a felicidade de participar do banquete Eucarístico.
O Santo Sacrifício da Missa
De todos os meios que temos indicado até aqui para alívio das Almas do Purgatório, nenhum é tão poderoso, tão eficaz, como o Santo Sacrifício da Missa: – São Jerônimo diz; a cada Missa celebrada com devoção, saem muitas Almas do Purgatório. E não sofrem tormento algum durante a Missa aplicada por elas, afirma o mesmo Doutor.
O Sofrimento
Aliviemos as Almas do Purgatório, diz São João Crisóstomo: “aliviemo-las por todos os meios possíveis; porque Deus tem cuidado de aplicar aos mortos os méritos dos vivos”. O sofrimento é a grande satisfação que o Senhor pede aos devedores da justiça; logo, soframos por eles a fim de que eles sofram menos. Oh! Se tivéssemos uma fé mais viva, uma caridade mais ardente, que mortificações não imporíamos a nós mesmos, para aliviar e libertar parentes, amigos, que tanto nos amaram, e que sofrem agora duma maneira tão horrível?
A penitência, o jejum, as austeridades seriam
os nossos exercícios ordinários.
Mas, ao menos tenhamos a coragem de fazer alguns leves sacrifícios: sacrifício duma afeição perigosa, sacrifício duma leitura má, renúncia à televisão, cinema, jogos, passatempos, sacrifício de deixar de fumar, dum objeto de luxo e de pura vaidade … Coragem, pois, Alma cristã, soframos um pouco de frio, refresquemos vítimas que ardem no meio do fogo, da justiça de Deus. Soframos um pouco de calor, mudaremos os ardores desse fogo em doce orvalho. Suportemos um incômodo, arrancaremos Almas do mais profundo sofrimento e dor.
A Via-Sacra
Concede-se indulgência plenária ao fiel que fizer o exercício da via-sacra, piedosamente.
Com o piedoso exercício da Via-Sacra, renova-se a memória das dores que sofreu o divino Redentor no caminho do Pretório de Pilatos, onde foi condenado à morte, até ao Monte Calvário, onde morreu na Cruz para a nossa Salvação.
As indulgências
A indulgência é a remissão, diante de Deus, da pena temporal devida pelos pecados já perdoados quanto à culpa (perdoados somente quanto culpa e pena eterna) que o fiel, devidamente disposto e em certas e determinadas condições, alcança por meio da Igreja, a qual, como dispensadora da Redenção, distribui e aplica, com autoridade, o tesouro das satisfações de Jesus Cristo, da Santíssima Virgem e dos Santos.Para que alguém seja capaz de lucrar indulgências, deve ser batizado, não estar excomungado e encontrar-se em estado de graça. Ninguém pode lucrar indulgência a favor de outras pessoas vivas.
Corramos, pois, Alma cristã, fazer aquisição destas riquezas espirituais, mais preciosas que o ouro… por favor, não desprezeis proporcionar aos fiéis defuntos, tesouros tão fáceis de ganhar.
(Sufrágio – Editora Divina Misericórdia)
FONTE:http://www.amormariano.com.br/artigos/sufraguemos-as-almas-do-purgatorio/
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