Por que rezar pelas almas do purgatório?

Folheto Litúrgico | Nova Aliança
02 de novembro de 2012
Deus não rejeita as pessoas que morrem em estado de graça, com o amor de Deus em seu coração, mas que ainda podem estar marcados por pequenas incoerências. Estas pequenas incoerências impedem que estas pessoas vejam imediatamente Deus face a face. Estas pessoas têm que se purificar das chamadas “escórias do pecado”; têm que repudiar o apego ao chamado “pecadinho” (que nunca é desprezível); têm que fortalecer seu amor a Deus para que Ele queime qualquer resquício de amor próprio ou amor desordenado ainda existente nessa alma. Ora, isto se faz no Purgatório Póstumo.
É certo que deveríamos purificar-nos de todas as escórias do pecado antes de morrer (esta vida terrestre é a fase normal de nossa purificação); mas, se isto não acontece no presente, terá que ser feito após a morte. Tal é a noção de Purgatório que, como vemos, é muito lógica; ninguém pode ver Deus face a face se ainda é portador da mínima sombra de pecado. No Purgatório não há fogo nem trevas, mas há o arrependimento profundo provocado pelo amor de Deus, que suscita o repúdio radical a todo tipo de leviandade ou contradição.
Quando rezamos pelas almas do Purgatório, não pedimos que elas mudem de opção, não pedimos que aqueles que morreram AVESSOS a Deus se convertam depois da morte (isto seria impossível), mas pedimos que aqueles que morreram no amor de Deus ainda imperfeito acabem de se purificar dos resquícios de pecado. Pedimos que o amor a Deus, ainda fraco ou tíbio, se fortaleça para eliminar qualquer desordem existente na alma. Tal é o sentido da nossa oração pelos defuntos; supomos que precisem dessa nossa ajuda. Deus, que nos fez solidários na vida presente, não permite que a morte interrompa esta solidariedade. Só Deus sabe da sorte póstuma dos defuntos e Ele direciona as nossas orações, beneficiando as almas necessitadas.
O melhor modo de sufragar as almas do purgatório é a SANTA MISSA. Ela é a perpetuação do sacrifício de Cristo, e com a SANTA MISSA obtemos do Pai as graças de que necessitamos ou de que necessitam nossos irmãos. Portanto, vivamos bem a vida presente, irmãos, amando a Deus acima de tudo, e assim estaremos fazendo o nosso Purgatório na terra, como é normal.
Extraído do livro Católicos perguntam, de Dom Estevão Tavares Bittencourt. Colaboração do Diácono José Alencar Ribeiro

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