Mensagens do Purgatório Através dos Santos

O Concílio de Trento, Sessão VI diz -nos que Considerando que a Igreja Católica, instruída pelo Espírito Santo e fundamentando-se nas sagradas Escrituras e na antiga tradição dos Padres nos concílios inclusive no ecuménico que, ensina que o Purgatório existe, e que as almas que aí estão retidas podem ser ajudadas pelos sufrágios dos fiéis e muito especialmente pelo Santo Sacrifício da Missa, o Santo Concílio prescreve aos Bispos que velem por que a sã doutrina do Purgatório, recebida dos Padres da Igreja e dos Concílios, seja pregada com zelo. e Também diz que, se alguém disser que, depois de ter recebido a graça da justificação, a falta e a pena são remidas ao pecados arrependido a tal ponto que não lhe fica nenhuma pena temporal neste mundo ou no PURGATÓRIO, NO OUTRO MUNDO, antes que lhe seja concedida a entrada no Reino dos céus, que seja anátema . ( Concilio de Trento, sessão VI)
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Citaremos alguns relatos de místicos e santos  que tiveram aparições e mensagens de almas do Purgatório, estes relatos nos ajudam a compreender o quanto podemos ajuda-las e também como podemos mudar nossas vidas, através de seus testemunhos. Afinal Deus tem um plano maravilhoso para nós hoje e no futuro, e podemos fazer actos de misericórdia até para aqueles entes queridos que já partiram deste mundo .
Santa Margarida Maria Alacoque ( a Santa do Sagrado Coração), diz em sua auto biografia:
”Estando eu diante do Santíssimo Sacramento no dia da sua festa, apareceu-me de repente diante uma pessoa, toda em fogo, cujos ardores me penetraram tão fortemente, que me parecia arder com ela. O seu lastimoso estado, que bem mostrava estar ela a sofrer no purgatório, fez-me derramar muitas lágrimas. Disse-me que era aquele religioso beneditino que me tinha ouvido de confissão, quando me mandara comungar, e, em recompensa por isso, lhe tinha Deus permitido dirigir-se a mim para alívio de suas penas, pedindo-me tudo o que por três meses pudesse fazer e sofrer. E prometendo-lhe eu que sim, depois de pedir licença `a minha Superiora, disse-me que a primeira razão de suas grandes penas, era o ter preferido o próprio interesse à glória de Deus com o demasiado apego à reputação;  a segunda era a falta de caridade com seus irmãos, e a terceira a demasiada afeição natural que  tinha às criaturas, e as demasiadas mostras que disso lhes tinha dado no trato espiritual: coisa que muito desagradava a Deus.
Mas é impossível explicar o que tive de sofrer naqueles três meses, porque não se apartava de mim, e do lado que ele estava, parecia-me que ardia também, e com tão vivas dores, que me faziam gemer e chorar continuamente.
A minha Superiora, cheia de compaixão, impunha-me boas penitências, sobretudo disciplinas, porque as penas e sofrimentos exteriores, que por caridade me faziam sofrer, aliviavam muito as outras penas que esta santidade de amor imprimia em mim, como pequenina amostra do que ela fazia sofrer àquelas pobres almas, No fim dos três meses vi-o já, de bem diferente maneira, ir inundando de alegria e glória gozar da eterna felicidade; e disse-me em agradecimento que intercederia por mim diante de Deus. Eu tinha caído doente; mas como o meu padecimento acabou ao mesmo tempo que o dele, logo melhorei.”

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Nosso Senhor faz-lhe padecer as angustias de uma alma ameaçada de condenação:
”Fazendo-me saber o meu Soberano que, quando ele quisesse abandonar alguma daquelas almas por quem queria que eu sofresse, me faria padecer o estado de uma alma réproba, fazendo-me sentir a desolação em que ela se acha à hora da morte, nada experimentei de mais terrível; e não tenho palavras para o explicar. Uma vez que eu estava a trabalhar sozinha, apareceu diante de mim uma freira, então ainda viva, e ouvi inteligivelmente: ”Repara, olha para essa freira só de nome, que eu estou para lançar do meu coração e deixá-la a si mesma”.
No mesmo instante senti-me tomada de tão grande espanto, que, tendo-me prostrado com o rosto em terra, assim fiquei largo tempo, sem poder voltar a mim, e então ofereci-me à divina justiça para sofrer tudo o que lhe aprouvesse, para o Senhor a não abandonar. E pareceu-me que, voltando-se então contra mim sua ira, me encontrei numa espantosa angústia e desolação por todas as partes; porque sentia sobre mim um peso esmagador; se queria levantar os olhos, via Deus irritado contra mim e armado de varas e açoites, prestes a descarregar sobre mim; e por outra parte parecia-me ver o inferno aberto para me tragar.
Tudo dentro de mim estava revolto e em confusão. o meu inimigo cercava-me de todos os lados com violentas tentações, sobretudo de  desespero; e eu fugia, por toda a parte, daquele que me perseguia, e aos olhos do qual me não podia esconder; e não há género de tormentos a que eu me não entregasse, para dele me ocultar. Sofria espantosas confusões, por pensar que todos viam as minhas penas. Não podia sequer orar nem exprimir os meus trabalhos senão com lágrimas, e só dizia: ”Oh! como é terrível cair nas mãos de um Deus vivi”! E outras vezes dizia, prostrando-me em terra: ”Descarregai, meu Deus; cortai, queimai, consumi tudo o que vos desagrada, e não poupeis o meu corpo, nem a minha vida , nem a minha carne, nem o meu sangue, contanto que para sempre salveis aquela alma”.
Confesso que não poderia aguentar por tanto tempo tão doloroso estado, se a sua amorosa misericórdia me não amparasse sob os rigores da divina justiça. Por isso caí doente, e a custo arribei.”

Alguns textos do manuscrito da Irmã Maria da Cruz, Chamados de” Manuscrito do Purgatório”.
Irmã Maria da Cruz, religiosa de um convento de Valognes, falecida em Chrbourg a 11 de Maio de 1917, ouviu subitamente, junto dela , em Novembro de 1873, gemidos prolongados. Disse então espantada: ”Oh! Quem é…? Faz-me medo…Por favor, não se mostre! Mas diga-me quem é”.
Não obteve resposta mas as queixas continuaram… aproximando-se dela cada vez mais.A irmã rezava continuamente, com comunhões , via Sacras e rosários; os gemidos não paravam e o mistério continuava. No Domingo de 15 de Fevereiro de 1874, ouviu uma voz que lhe disse: ”Não tenha medo! Não me verá em sofrimento! Sou a Irmã Maria Gabriela( uma jovem religiosa, falecida em Valognes a 22 de Fevereiro de 1871).
Então a alma sofredora disse à antiga companheira, cujos conselhos tantas vezes desprezara, que multiplicaria as visitas para a ajudar a santificar-se, pois entrava no plano Divino que a Irmã Maria da Cruz, pela santidade da sua vida, aliviasse e finalmente libertasse aquela que outrora tanto exercitara a sua paciência. A irmã Maria da Cruz suplicou-lhe que desaparecesse e nunca mais voltasse… Mas foi tempo perdido. Foi-lhe respondido que deveria suportar, todo o tempo que Deus quisesse, o que ela mais temia.

E foi assim que durante vários anos , se estabeleceram entre a alma da Irmã Maria Gabriela e a Irmã Maria da Cruz, misteriosas relações e revelações acerca do Purgatório que foram registrada em 1874 a 1890, no Manuscrito do Purgatório.
Algumas frases: ”O bom Deus ajudará e suprira tudo o que não puder fazer, mas, se quer agradar-lhe, não faça nada ao Domingo. Reze apenas, o mais que puder!
”Deus quer que O adore no seu coração antes da adoração perpétua. É bom que se habitue a fazer frequentemente a comunhão espiritual. Se se dispuser bem  retirará desta práticas os frutos mais abundantes e salutares”.
”O bom Deus apesar da Sua grandeza, desce à alma que ama e ocupa-se ao pormenor de tudo o que lhe diz respeito. Que bondade! Não é verdade haver algo tão íntimo na nossa alma que só Ele compreende e não pode ser dito a mais ninguém”?
”Acontece assim que muitas acções boas em si mesmas, não terão recompensa no último dia, porque não foram oferecidas a Deus antes de praticadas. Que não perca a coragem quando não vêe os seus esforços resultarem à medida dos seus desejos, que pense que o bom Deus fica feliz e satisfeito com seus trabalhos quando Ele consegue pôr nos corações um pouco de amor, ainda que só por um quarto de hora!…”
”Diga ao Padre que se quer agradar a S. Miguel, recomende insistentemente a devoção à almas do Purgatório. No mundo não se pensa em nós. Quando se perdem os pais ou amigos fazem-se algumas orações, chora-se uns dias , e depois esquecem-se, abandonam-se as almas. É verdade que elas o merecem, porque enquanto estiveram na terra nunca pediram pelos defuntos e o Divino Juíz dá-nos no outro mundo o que fizemos neste.

Quem abandonou as almas que sofrem é justo que também seja esquecido. Mas talvez tivessem procedido doutro modo se se lhes tivessem dado a conhecer algo sobre o Purgatório e se lhes incutisse o gosto de rezar pelos defuntos”.
Santa Teresa de Jesus e o fidalgo Mendoza, diz a Santa no seu livro das Fundações cap. 10:
Quatro ou cinco meses antes da fundação de S. José de Malagón, falando comigo um jovem fidalgo, disse-me que, se queria fundar um mosteiro em Valhadolid, ele daria de boa vontade uma casa que tinha com uma horta boa e espaçosa, onde havia uma grande vinha. Quis fazer imediatamente a doação da propriedade que era de grande valor. Eu aceitei, embora não estivesse muito determinada a fundar ali o mosteiro,…. Daí a dois meses, pouco mais ou menos, este cavaleiro adoeceu tão gravemente, que perdeu a fala e quase não pôde confessar-se, embora desse muitos sinais de que pedira perdão ao Senhor. Morreu dentro em pouco, em lugar distante daquele em que eu me encontrava. Disse-me o Senhor que tinha usado de misericórdia com ele por causa do abséquio feito à Sua Mãe, dando aquela casa para mosteiro da Sua Ordem, mas que não sairia do purgatório, enquanto não se celebrasse a primeira Missa nesse convento. De tal maneira tinha presente as graves penas dessa alma que, apesar do grande desejo que tinha de fundar em Toledo, deixei isso por então e dei-me toda a pressa que pude para ir fundar em Valhadolid, conforme pudesse…., Estando um dia em oração neste último mosteiro, disse-me o Senhor que me apressasse porque aquela alma estava padecendo muito. Meti mãos à obra e, embora sem grandes preparativos, entrei em Valhadolid no dia de S. Lourenço…. Estava bem longe de supor que então se havia de cumprir o que me tinha sido dito daquela alma porque, embora tivesse havido alusão à primeira Missa, eu fiquei pensando que seria aquela em que se pusesse o Santíssimo Sacramento. Quando o sacerdote, com o Santíssimo nas mãos, chegou ao lugar onde devíamos comungar, chegando eu a recebê-Lo, vi junto dele, no momento em que eu ia receber a Comunhão, o cavalheiro de que falei, com rosto resplandecente e alegre. De mãos postas, agradeceu-me o que eu fizera para que saísse do purgatório, e lá partiu aquela alma para o Céu.

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Maria Simma  é mística austríaca, com um dom particular de Deus, recebia a visita das almas do Purgatório, desde a infância, ajudava as almas com orações procurando ganhar indulgências. A partir de 1940, as almas do purgatório começaram a vir pedir-lhe o socorro das suas orações. Em 1953, no dia de Todos os Santos, começou a ajudar os defuntos pelo sofrimento expiatório, conta nos Maria Simma:
Durante a Semana dos defuntos( 1 de Novembro), as almas do Purgatório recebem ao que parece favores graças à Misericórdia da Virgem. O mês de Novembro parece ser igualmente para elas, um tempo de graças particularmente abundantes.
Maria sentiu-se feliz por ver o mês de Novembro terminar; mas a sua missão só começou verdadeiramente na festa da Imaculada (8 de Dezembro).
Apresentou-se-lhe, desesperado, um padre de Colónia morto em 555. Vinha pedir-lhe sofrimentos expiatórios, mas era necessário que ela os aceitasse livremente; sem isso ele teria de sofrer até ao juízo final.Todas as noites esta alma vinha encarregá-la de novos sofrimentos. Era como se lhe tivessem deslocado todos os membros. Esta alma oprimia-a, como que a esmagava, e sempre, de todos os lados novos punhais a penetravam com violência. Outra vez era como se apoiassem contra ela uma lâmina romba que, curvando-se e partindo-se sob o efeito da resistência, se lhe enterrasse em todas as partes do corpo. Esta alma tinha de expiar assassínios( tinha participado no martírio das companheiras de Santa Úrsula), faltas de fé, adultérios e missas sacríligas.
E vinham sempre outras almas pedir o seu socorro. Os sofrimentos expiatórios que suportava pelos abortos e a impureza eram terríveis dores corporais e náuseas medonhas.
Depois parecia-lhe que jazia durante horas entre blocos de gelo; o frio penetrava-a até à medula dos ossos: era a expiação da indiferença e da frieza religiosas.

A importância do perdão, diz-nos a Santa:  Um camponês veio um dia procurar-me para lamentar. ”Estou a construir, disse ele, um estábulo. Cada vez que o muro chega a uma certa altura, desmorona-se do outro lado. Examinamos o assunto e não encontramos nenhuma falha; deve haver aqui algo sobrenatural._ Que fazer?
Perguntei-lhe: ”Terás tu um defunto que, tendo alguma coisa contra ti, nutria sentimentos hostis a teu respeito?”
Ele respondeu: ”Sim. Pensei justamente que só podia ser ele que, mesmo debaixo da terra, não me deixaria tranquilo”.
”Ele só te pede, disse-lhe eu, que lhe perdoes; e nada mais”.
”O que? Perdoar-lhe a ele que me fez tanto mal enquanto foi vivo? Para que ele possa voar para o Céu?
Não, não, ele tem é que expiar”.
Tive de acalmá-lo: ”Ele não irá logo para o Céu, terá de expiar esse mal, mas suportará mais facilmente  a sua pena. Não te dará repouso enquanto não lhe perdoares do fundo do coração”
Ela não queria saber de nada disso. Então perguntei-lhe: ”Porque dizes então, o Pai Nosso. Perdoai as nossas ofensas como nós perdoamos a quem nos tem ofendido? Na realidade tu dizes a Deus: não me perdoes porque eu não perdoo ao meu próximo”.
”Só agora compreendo verdadeiramente”, confessou ele.
Então pude levá-lo a juntar toda as suas energias para declarar: ”Sim, em nome de Deus, eu quero perdoar para que Deus também me perdoe”.

Maria Simma diz: As almas do Purgatório preocupam-se muito conosco e com o Reino de Deus. ”Não vale a pena lamentarmo-nos sobre os maus tempos que atravessamos. É preciso dizer aos país que são eles os principais responsáveis. Os país não podem prestar pior serviço aos seus filhos do que satisfazer todos os seus desejos, dar-lhes tudo o que querem, simplesmente para que fiquem contentes e não gritem. Assim o orgulho pode criar raízes no coração da criança.
Mais tarde, quando a criança  começa a ir a escola, não sabe nem recitar o Pai Nosso, nem fazer o sinal da cruz. Por vezes, de Deus els não sabe absolutamente nada. Os pais desculpam-se dizendo que isso é dever dos catequistas e dos professores de religião.
Onde o ensinamento religioso não começa desde a mais tenra infância, mais tarde a religião não perdura…
Ensinai à criança a renúncia! Porque há hoje esta indiferença religiosa? Esta decadência moral? Porque as crianças não aprendem a renunciar! Mais tarde tornam-se uns descontentes e homens sem contenção, que fazem de tudo e querem tudo à larga. É ISSO QUE PROVOCA TANTA DEVASSIDÃO SEXUAL, práticas anticoncepcional e assassinatos no seio materno. Estas crianças que não nasceram clamam por vingança no céu. Em muitos lugares o seu número ultrapassa o dos nascimentos. A lei contra o aborto devia ser mais severa.

Vêm-se raparigas de catorze anos a fazer já abortos. Todo o médico que , no decurso de consultas descobre um aborto deveria ter a obrigação de o anunciar às autoridades competentes, sob pena de encobrir uma responsabilidade.
Quem não aprendeu em criança a renunciar, torna-se egoísta, sem amor e tirano. É por isso que há hoje tanto ódio e falta de caridade.
Para todo o católico, o apostolado é um dever. Uns exercem-no professando, outros pelo bom exemplo. Queixamos-nos de muitos são corrompidos por discursos contra a moral ou contra a religião. Então porque se calam os outros? Os bons também devem defender as suas convicções e declarar-se cristãos. No decurso da história da Igreja, a salvação das almas e a civilização cristã alguma vez foram, para os leigos, um dever mais urgente e mais imperioso que nos nossos dias?
Todos os cristãos deviam entregar-se a procurar o Reino de Deus e a fazê-lo progredir senão os homens não serão capazes de reconhecer o governo da providência. O cuidado com a alma não deve ser abafado por um cuidado exagerado com o corpo.
Em 2 de Janeiro de 1955, durante a noite, ouvi distintamente: ”Deus exige uma expiação!” É por sacrifícios voluntariamente aceites e pela oração que podemos expiar muito. Mas se os não aceitarmos de boa vontade, Deus exigirá esses sacrifícios. Porque é necessário que haja expiação”.

Santa Gertrudes, abadessa de Hefta, autora da célebre obra ”O arauto do amor Divino”, falecida por volta de 1302, viu um dia a lama de um religioso defunto que lhe fez compreender, por gestos, que continuava afastada do seu divino Esposo. Gertrudes  perguntou esta alma: ”É que não estou ainda perfeitamente purificada das manchas  deixadas pelos meus pecados. Se Ele me concedesse que entrasse livremente no céu, neste estado, eu não consentiria porque, por muito brilhante que pareça aos teus olhos, sei que ainda não sou uma esposa digna do meu Mestre”.
Oração de Santa Gertrudes: “Eterno Pai, ofereço o Preciosíssimo Sangue de Vosso Divino Filho Jesus Cristo, em união com todas as Missas que hoje são celebradas em todo o Mundo, por todas as Santas Almas do Purgatório, pelos pecadores, em todos os lugares, na Igreja Universal, pelos da minha casa e meus vizinhos. Ámen.”

Nosso Senhor disse a Santa Gertrudes, a Grande, que a seguinte oração libertaria 1000 Almas do Purgatório cada vez que a mesma Oração fosse rezada. Esta Oração foi extensiva também a pecadores ainda em vida.
S. João Bosco, perdeu em 1839 o seu grande amigo de infância, Luigi Comollo. ”Os dois amigos tinham combinado a reciproca promessa que o primeiro que falecesse viria descansar o sobrevivente sobre a sua sorte no outro mundo.No dia seguinte a morte e enterro do amigo Luigi, ao anoitecer estando no dormitório ocupado por vinte seminaristas, um estrondo forte , a casa tremeu e uma voz gritou: ”Estou Salvo!” Os seminaristas ficaram apavorados e nenhum ousou mexer-se até despontar o dia. Umas testemunhas que o viram pessoalmente”,( Don Bosco , p.p.64-65).
Revelação a Sóro Maria Natália Magdolna
Oração pelas almas do purgatório
Uma noite Jesus me pediu que rezasse pelas almas do purgatório. Eram quatro e meia e eu queria terminar de escrever meu diário, quando Jesus me disse:
-Filha  minha, mesmo em respeito ao teu cansaço, quero pedir-te que não vás dormir até que ponhas por escrito o estado de sofrimento das almas do purgatório. Eu quero que meus irmãos sacerdotes se unam à cruzada de oração em favor das almas que sofrem no purgatório. Agora quero aliviar aquelas que durante sua vida com frequência rogaram a Mim e a Minha Mãe, na oração, que tivéssemos piedade delas no momento de sua morte e quando estivessem no lugar do sofrimento. Jesus levou-me então a um lugar tão grande que eu não podia ver o fim. Mesmo estando no escuro, as almas ali pareciam estar quietas. Havia um sem número de almas: portavam roupa negra e estavam presas umas às outras. Todas pareciam imóveis, caladas e muito tristes. Meu coração quase se partia ao vê-las assim.
Soube que estas almas não recebiam ajuda alguma de ninguém na terra, nem oração, nem sacrifícios. Sabiam que a hora de sua libertação não havia chegado, mas confiavam em que não tardaria muito. Depois disso Jesus me levou a outro lugar semelhante. Ali as almas tremiam em suas túnicas negras. Mas quando me viram entrar com Jesus, todas começaram a agitar-se. Eu tinha meu rosário na mão para rezar por elas. Quando viram o rosário, todas começaram a gritar: – ”Reze por mim, querida irmã, reze por mim!” e procuravam elevar sua voz, gritando mais forte, pedindo minhas orações, como uma nuvem de abelhas. Ainda que todas gritassem ao mesmo tempo, eu podia distinguir a voz de cada uma.
Reconheci muitas entre elas, pessoas as quais conheci quando estavam na terra. Vi algumas religiosas de outras ordens e também da minha. Me espantei quando uma madre superiora se voltou para mim e pediu humildemente que rezasse por ela.
Depois disto, uma religiosa, conhecida minha, com suas mãos postas e tocando meu rosário, suplicou:-”Por mim, por mim!”, enquanto um estranho suor, não sei se na alma ou no corpo, corria sobre ela.
Depois Jesus me levou a um terceiro lugar onde havia um sem número de religiosas, paradas e sem movimento, enquanto um forte suor corria sobre elas. Voltaram-se para mim e suplicaram-me que rezasse o rosário por elas. Nesse havia luz. Eu pensei:-”Por que será que elas me pedem o rosário?”Então Jesus me mostrou um rosário, no qual em vez das contas havia flores e em cada flor vi brilhar uma gota do Sangue de Jesus. Quando rezamos o rosário as gotas do Sangue de Jesus caem sobre a pessoa a quem o oferecemos. As almas do purgatório estão implorando continuamente o Sangue salvador de Jesus.

O Juízo particular
Em várias ocasiões Jesus me levou ao lugar do Juízo individual. A última vez que fui rezei por uma alma pecadora. Meu confessor me disse que perguntasse a Jesus se essa alma havia se salvado. Então Jesus permitiu-me ver como esta alma havia sido julgada. Eu pensava que ia ver algo aparatoso, mas não vi nada disso. Posso descrever esta experiência somente em imagens. Vi esta alma quando se  aproximava do lugar do juízo. A uma lado estava o Anjo de sua Guarda e ao outro lado Satanás. Jesus, em sua divina majestade os estava esperando porque Ele é o juiz.
O juízo foi rápido e em silêncio. A alma pôde ver num instante toda sua vida, não com seus próprios olhos, mas com os olhos de Jesus. Viu as manchas negras, grandes e pequenas. Se a alma vai para a eterna condenação não sente nenhum remorso pelo que tem feito. Jesus permanece calado e a alma se aparta d’Ele e então Satanás a arrebata e a arrasta ao inferno.
Porem, durante a maior parte do tempo, Jesus, com um amor indescritível, estende sua mão e mostra o lugar para o qual a alma deve ir.Jesus lhe diz: ”Entra!”, e então a alma coloca um véu, semelhante ao que tenho visto no purgatório, branco ou negro, e ela se dirige ao purgatório. Na companhia de Nossa Senhora e de seu Anjo da Guarda tratando de consolá-la. Estas almas são muito felizes porque já viram seu lugar no Céu onde lhes espera a felicidade eterna.
Nossa Senhora não está presente em todas as fases do juízo, porém antes de que se pronuncie a sentença; Ela suplica a seu Filho, como advogada defensora, exactamente como faz o advogado com seu cliente, defendendo particularmente as almas que durante sua vida lhe foram devotas. Mas quando o juízo começa Ela desaparece, somente sua graça está irradiando sobre a alma. À hora do juízo a alma está completamente só frente a Jesus. Depois do juízo, quando a alma está coberta com o véu de cor apropriada, então a Virgem aparece outra vez, se põe ao lado da alma e a acompanha pelo caminho do purgatório. A Virgem Maria quase passa o tempo todo no purgatório, irradiando suas graças consoladoras e salvadoras. O purgatório é um lugar de purificação, mas também um lugar de felicidade.
As almas que esperam ali estão aguardando com esperança o momento de entrar na felicidade eterna. A ênfase é a felicidade e não só sofrimento. Esquecia-me de dizer que o pecador que mencionei no inicio, sim se salvou.
Perguntei a Jesus: -De que depende nossa salvação?
Ele me respondeu:- A salvação não depende de hoje, de manhã ou de ontem, senão do último momento. Por isso vocês devem arrepender-se constantemente, vocês se salvam porque Eu os salvei e não por seus méritos.
Somente o grau da glória que vocês recebem na eternidade depende de seus méritos. Portanto, vocês têm que praticar constantemente duas coisas: o arrependimento de seus pecados e dizer com frequência: ”Oh meu Jesus, em Vossas mãos encomendo minha alma”.
Não se deve temer ao juízo. Jesus, como humilde cordeiro, circunda as almas com um amor indescritível. A alma que deseja estar limpa chega ao juízo para poder encontrar-se com o próprio Amor de Quem ela estará enamorada eternamente. Em troca, a alma orgulhosa, detesta este Amor, ela mesma se distancia d’Ele e isto em si mesmo é o inferno.
Uma vez, apoiada no ombro de Jesus, eu chorei perguntando-lhe:-Por que criaste o inferno?
Para responder-me, Jesus levou-me ao juízo de uma alma muito pecadora, a quem perdoou os pecados.
Satanás estava furioso e disse: -Vós sois injusto! Gritava. Esta alma foi minha toda sua vida! Cometeu muitos pecados, enquanto eu cometi só um e criaste o inferno para mim.
-Lúcifer!- respondeu Jesus com amor infinito. – Tu, alguma vez, me pediste perdão?
Então Lúcifer, fora de si, gritou:- Isso nunca o farei!
Então Jesus se voltou para mim, dizendo-me:- Já o vês, se ele Me pedisse perdão uma única vez o inferno deixaria de existir.
É por isto que Jesus nos pede que vivamos em contínua conversão. Devemos meditar tudo o que Ele sofreu por nossos pecados para que possamos alcançar a salvação. Temos de amá-lo por seu amor profundo.
”Cada alma é um mundo único”, me disse:-”Uma não pode substituir a outra”. Jesus ama cada alma com um amor especial, e esse amor não é o mesmo amor que tem para as outras.

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