"Pedro está aqui"
Fui rezar a um cemitério. Demorei-me junto do lugar onde estão sepultados alguns amigos e recordei muitos outros. Percorrendo aqueles caminhos, reparei nos jazigos, alinhados como numa cidade, pequenos ou grandes, piedosos ou indiferentes, e rezei por uma imensa multidão que só Deus conhece. Quanto sofrimento, quanto amor generoso, quanta alegria, quantos sonhos, quantos fracassos, quantas surpresas... assim é a vida humana. Há cemitérios curiosos. Recordo ter visitado um cemitério em Edimburgo (os autóctones pronunciam «Edimbôrao») com apelidos invulgares que passaram para os personagens do «Harry Potter»: lá está a origem do Prof. Aberforth Dumbledore e de um cortejo de outros. Curiosidades!... Ontem mesmo, num cemitério de Lisboa, li inscrições profundas e frases superficiais. Por exemplo, uns pais declararam-se «inconsoláveis» e, ao fim de muitas décadas, já mortos os pais, os filhos e os netos, a inscrição, em letras exuberantes, ligeiramente gastas pelos anos, conti